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LIVROS / OLHAR PARIS (antologia)

Textos: Alexandre Staut | Alexandre Vidal Porto | Andrea Nunes | Caio Yurgel | Camila Gonzzato | Eunice Gutman | Ieda de Oliveira | Lobo | Lúcia Bettencourt | Luciana Hidalgo | Marcelino Freire | Marcílio França Castro | Marília Garcia | Mário Araújo | Natália Borges | Roberto Parmeggiani | Rodrigo Ciríaco | Sérgio Roveri | Sérgio Rodrigues | Simone Paulino | Susana Fuentes
Organização: Leonardo Tonus

Ilustrador: Eloar Guazzelli
Conto: Paris Bourdeaux

Editora: Nós
1ª edição: 2016

ISBN: 978-85-69020-09-7
Acabamento: Brochura

Páginas: 184
Formato: 14 x 21

Uma cartografia íntima da cidade, desenhada nas palavras de 21 autores, e nos traços de Guazzelli, Olhar Paris é uma declaração de amor à cidade-luz. O livro traz uma reunião de contos, crônicas, testemunhos, trechos de romance, fragmentos de diário e poemas que contam Paris, essa cidade que ocupa dentro do imaginário coletivo um lugar à parte. A cada cruzamento, a cada rua ou a cada sombra de um lampadário, a cidade-luz respira o fôlego dos seus músicos, pintores, cineastas, escultores e escritores. A cada página, Flaubert, Proust, Hemingway, Miller, Beauvoir, Barthes, Baudelaire e tantos outros mostram aqui e ali suas silhuetas, entremeados no lusco-fusco pela moça do metrô, o rapaz dentro do trem, o músico de jazz na calçada. Olhar Paris é uma experiência mais que literária, polissensorial. 

Trecho:
Para um papo e mais nada. La Seine,  tua boca difusa, trôpega de vinho, numa  língua que me aquece insistente e voraz. Não, não é para os românticos, é para os céticos. Paris é para os céticos. 
Passo em caminhada lenta, trilhando palmo a palmo o dedilhar de um pianista de rua alucinado de jazz. Sento e observo as mãos que o acompanham, em descida vertiginosa e incontrolável, enquanto as tuas, sob minha saia, afinam meu olhar. Sobre a ponte, um velho  tenta se matar em paz. Sirenes, pedestres, polícia no esforço de desfazer o pequeno engano. Monsieur, non, arrêtez... Il n’écoute personne...
Havia cruzado com ele minutos antes num café. Impassível diante de um jornal, em suas notícias diluídas num copo de vinho. Depois, olhos cerrados de torpor.        
Ele não pode morrer...
            Uma ponte nos separa... 

 

Matéria:
Rodrigo Berthone (O Globo)

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